Os fins vão muito além dos pontos
finais. Há pontos finais que nos permitem novos parágrafos, mas os fins? Estes não
permitem. São o último suspiro.
E lidar com os fins são mais difíceis
do que pensamos. Ah! Se a vida viesse com manual de fins, ensinando como agir,
como lidar, o que fazer. Mas não, não existe um roteiro para os fins. Eles são
inusitados, inesperados e por diversas vezes surpreendentes.
Pra cada um de nós o fim é
sentido de maneira diferente, o que nos impede de compreender a dor do outro
diante de um fim.
O fim da vida, do amor, da
amizade, os fins em sua diversidade. Cada um nos fazem crescer, ou estagnar, depende
de como os encaramos. Há fins que são necessários para que ocorram novos
começos, novas histórias, novas alegrias e uma nova vida e muitas vezes relutar
a um fim, pode torná-lo mais doloroso, mais cruel. Se nem mesmo a vida é para
sempre, para que querer tornar um fim eterno? Qual a necessidade de prolongar
uma dor? Penso que a vida deve ser na sua maior parte de alegria, sorrisos,
afeto e felicidade. A dor é sim necessária, mas não deve ser eterna, não deve
tomar tanto tempo assim na nossa existência.
De todos os fins, o que mais me dói
é o fim sem adeus, aquele súbito, sem um último olhar, uma última palavra,
esses doem, por serem fins sem solução, sem nada que possa amenizá-los. Os
outros fins, esses podemos resolver, deixá-los se instalar com um adeus ameno.
Por essas e outras que devemos
viver cada instante intensamente, deixar o orgulho de lado, perdoar quantas
vezes forem possíveis, amar sem medida, abraçar sem medo, dizer aquilo que por
tantas vezes guardamos pra nós por achar clichê ou sensível demais. Os fins não
tem solução, mas a história toda antes do fim cabe a nós escrever, reescrever e
viver intensamente.
No fim das contas, os fins, são inevitáveis. Mas as lembranças, essas permanecem até o último fim.