sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Amigos
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho
deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem desaparecidos todos os meus amores,
mas enlouqueceria se desaparecessem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese,
dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Eu adoro Voar!
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir as minhas mãos...
Já expulsei pessoas que amava da minha vida e já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores-perfeitos e descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram e também decepcionei pessoas que me amaram...
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer desaparecer...
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi...
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta no meu canto...
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena e deixei de acreditar nas que realmente valiam...
Já tive crises de riso quando não podia e isso saiu-me ”caro”...
Já quebrei pratos, copos, de raiva...
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse...
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar... Muitas vezes falei o que pensava mesmo sabendo que podia estar a magoar alguém...
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava...
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro: me encontro, me agacho, fico ali...
Já caí inúmeras vezes achando que não iria me levantar, já me levantei inúmeras vezes achando q não cairia mais... mas tem sempre mais uma vez…
Já liguei para quem não queria apenas para ligar para quem realmente queria...
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava...
Já gritei no meio da noite fugindo de um pesadelo... mas ninguém apareceu e foi um pesadelo maior ainda...
Já chamei pessoas que pensava serem ”amigas” e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim... Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre...
Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir o meu coração!...
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!...
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão... Sou sempre eu mesma, mas talvez não seja a mesma para SEMPRE! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes, de tudo o que dá luta... Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Adoro sonhar… e fazer os outros felizes, chegando a esquecer-me de mim…
Mas você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: EU ADORO VOAR!!!
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